Sábado é dia de SlutWalk, a Marcha das Vagabundas, aqui no Brasil

SlutWalk

CONTRA O PRECONCEITO MACHISTA

A Cachaça da Happy Hour

Por  Wálter Maierovitch *

Tudo começou no Canadá, ou melhor, na Universidade de Toronto. Por lá, no campus, ocorreu uma escalada de estupros a vitimar universitárias.

Então, um seminário foi organizado para o dia 24 de janeiro. Tudo para discussões sobre medidas de segurança nos campi das faculdades.

Uma das palestras ficou por conta do policial canadense Michael Sanguinetti, que seria, no Brasil, ídolo do deputado Paulo Maluf.

Michael Sanguinetti, a mostrar que estultos existem em todas as polícias do mundo, soltou, preconceituosamente, uma pérola ao tachar as universitárias como corresponsáveis pelas violências sexuais.

“Evitem vestir-se como putas se não desejarem se tornar vítimas de estupros. Vocês são estupradas porque se vestem assim.”

Depois dessa manifestação preconceituosa e machista de Sanguinetti, mais de 3 mil mulheres realizaram passeata em Toronto: a Marcha das Vagabundas (SlutWalk).

Todas as universitárias saíram vestidas com muito humor. Algumas com roupas íntimas. Muitas com cartazes contendo escritos sugestivos: “Jesus ama as putas”, “Os verdadeiros homens não estupram”, “As putas também sonham” etc e etc.

[Batizar o movimento com o insulto, foi parecido com o que fizeram aqui no Brasil os blogueiros progressistas nas eleições de 2010, depois que o então candidato tucano José Serra referiu-se pejorativamente à blogosfera que apoiava sua adversária, a agora presidenta Dilma Roussef, como “blogs sujos”. A expressão foi adotada pelos “ofendidos” e ampliou sua visibilidade na Internet]

A SlutWalks virou então um movimento mundial de protesto contra a violência, pelo respeito à liberdade sexual e contra o preconceito.

Em fevereiro já estava no ar o site SlutWalk. Pelo mundo ocidental foram realizadas manifestações contra o preconceito nos Estados Unidos, Austrália, Europa e América do Sul (Argentina).

No dia 4 serão realizadas marchas em São Paulo, Amsterdam e Londres.

A marcha de Boston, no dia 7 de maio passado, foi um grande sucesso na luta por civilidade e respeito. Uma das organizadoras, observou: “Historicamente, a palavra puta foi sempre usada para ferir as mulheres que reivindicam igualdade de tratamento”.

Frise-se que o estupro é um hediondo crime contra a liberdade sexual da mulher. E a liberdade de trajar não pode ser vista como justificativa para predadores sexuais.

O movimento SlutWalk é chamado no Brasil de Marcha das Vagabundas. Neste sábado, a partir das 14h, em São Paulo, espera-se a presença de milhares de manifestantes na praça do Ciclista, esquina da Avenida Paulista com Consolação.

A marcha é organizada por três amigos e divulgada no Facebook. Até agora, quase 5 mil internautas já confirmaram sua participação.

PANO RÁPIDO. Vida longa à organização não-governamental Slut Walk Toronto. Abaixo os sanguinettes, malufs e bolsonaros. [Eu, Nívia, incluo nessa lista o infame Rafinha Bastos e, de lambuja, todos os integrantes do programa CQC]

* Wálter Fanganiello Maierovitch é jurista e professor

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Blog da Nívia de Oliveira Castro

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