Previsões sobre a queda de asteroides na Terra só com cooperação

ASTRÔNOMOS AGEM E GOVERNOS PENSAM

Impacto de meteoritos

Proteger a Humanidade e a infraestrutura social planetária contra o perigo de queda de asteroides e meteoros é uma das atuais preocupações do Ministério das Situações de Emergência da Rússia.

O caráter real das ameaças provenientes do espaço foi confirmado pelo meteorito que caiu há quase um ano, espetacularmente, num lago dos arredores da cidade russa de Chelyabinsk, nos montes Urais.

A explosão, de força comparável à bomba de Hiroshima, ocorreu em uma área pouco povoada. Mas a onda de choque atingiu a cidade quebrando janelas em centenas de casas. Só por puro milagre não houve vítimas fatais.

Na hipótese do impacto de um bólido gigante no meio de uma grande área urbana, as destruições serão monstruosas. Serão aniquiladas a infraestrutura social e quaisquer outras instalações a céu aberto.

Embora o MSE não esteja em condições de evitar desastres de tal natureza, ele poderia prevenir as pessoas, informando-as com antecipação sobre o perigo iminente e organizando uma evacuação de emergência.

Impacto de meteoros

É no que acredita o astrônomo russo Vladimir Surdin:

“Se meia hora antes de sua aparição na região de Chelyabinsk a população tivesse sido prevenida da emergência, mais de mil moradores, provavelmente, não teriam sofrido ferimentos com estilhaços de vidraças, porque as pessoas se teriam afastado das janelas à espera da onda de choque”.

Mas os serviços de emergência por si só não têm condições de saber de antemão quais corpos celestes podem cair sobre a Terra, nem quando e onde isso poderá acontecer. Somente com cooperação internacional, especialmente dos EUA.

Por enquanto, um programa de monitoramento do espaço e previsão de asteroides – ainda é cedo para chamá-lo de serviço – está sendo desenvolvido pelo Instituto de Astronomia Sternberg da Universidade de Moscou.

Os pesquisadores criaram um sistema de telescópios robóticos que cobre todo o território da Rússia. Dentro em breve o sistema ultrapassará as fronteiras russas, se estabelecendo em outros países.

Paralelamente, as autoridades russas também estão empenhadas num programa federal especial de combate a ameaças provenientes do espaço, que prevê muitas medidas, de telescópios orbitais e terrestres a centros analíticos para avaliar os perigos potenciais dos corpos celestes.

Impacto de cometas

Como o seu custo supera os 2 bilhões de dólares, os cientistas inclinam-se a crer que o financiamento de um projeto de tal complexidade deveria afinal ser internacional, já que interessa a todos.

Yuri Karash, membro da Academia Russa de Cosmonáutica explica que o combate ao perigo de asteroides compreende duas etapas.

A primeira consiste em detectar com antecipação os corpos celestes potencialmente perigosos para a Terra; e na segunda fase os intrusos deverão ser destruídos ou desviados das trajetórias perigosas.

A principal ênfase deve ser colocada agora na implementação de um sistema de rastreamento espacial eficaz. Se for criado, dois terços do problema seriam resolvidos.

Preventivamente, os astrônomos tomaram a iniciativa de se empenhar neste trabalho coletivo, sem esperar que os chefes de Estado reúnam esforços para monitorar o espaço próximo à Terra.

E assim eles transmitem imediatamente para a Internet todos os sinais sobre objetos suspeitos, obtidos via telescópios orbitais. Ao receber tal sinal, os telescópios terrestres situados em diferentes continentes colocam automaticamente na mira a correspondente área do céu.

Choque contra a Terra

Dentro de três anos, quando for posto em órbita o telescópio especializado Sentinel (Sentinela), as previsões sobre a aproximação de asteroides ganharão novas capacidades.

Trata-se de uma iniciativa isolada de astronautas norte-americanos que criaram uma fundação privada para angariar o dinheiro necessário.

O Sentinel terá como missão encontrar pelo menos 90% dos asteroides próximos à Terra, com tamanho mínimo de 140 metros e capazes de destruir uma cidade.

O número de corpos celestes potencialmente perigosos pode ultrapassar 500.000, mas atualmente os cientistas só conhecem as órbitas de 10 mil asteroides.

Hoje, os astrônomos vêm desenvolvendo uma cooperação heroica e solitária através de seus computadores pessoais, sem que este monitoramento do espaço receba uma estreita colaboração dos Ministérios da Defesa.

Por sua própria complexa estrutura orgânica tais serviços oficiais são altamente dispendiosos e improdutivos. Enquanto os burocratas perdem tempo, o perigo se aproxima… como um bólido.

Com a VOZ DA RÚSSIA

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