Livro revela as alianças secretas que comandam o poder nos EUA

TODOS OS BANQUEIROS DOS PRESIDENTES

Livro de Nomi Prins

Existe uma máxima no jornalismo investigativo, criada no livro Todos os Homens do Presidente. Diz: “siga o dinheiro”. Significa, basicamente, que as “pegadas” deixadas pelo interesse material mostram o caminho que levará a todos os envolvidos.

A trama, no caso, reconstitui a investigação feita pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein do caso Watergate, escândalo político que levou o presidente Richard Nixon à renúncia há exatos 40 anos.

Agora, é a jornalista Nomi Prins quem faz exatamente isso em seu novo livro – chamado, não por acaso, Todos os Banqueiros do Presidente: As Alianças Secretas que Comandam o Poder Americano.

Prins, que já trabalhou em grandes bancos como Bear Stearns, Goldman Sachs, Lehman Brothers e Chase Manhattan – investiga como um pequeno número de banqueiros desempenhou um papel decisivo na modelagem das políticas financeiras, domésticas e externas dos EUA, nos últimos 100 anos.

Eles criaram, segundo a autora, um “cordão umbilical” entre os centros financeiros, de Nova York, e políticos, em Washington. É tão resistente que será muito difícil cortá-lo, num futuro próximo.

A SUPER CASTA DO INFAME 1%

A aliança de Wall Street com a Casa Branca desdobrou-se com casamentos entre “sangues-azuis” e em universidades – onde se forjaram amizades entre influentes famílias e relações de mentor-pupilo.

Criou-se assim uma “super casta” altamente comprometida com a manutenção de sua posição na sociedade norte-americana, tendo o poder político-financeiro nas mãos.

Essa íntima interconexão entre banqueiros e políticos estendeu-se a tal ponto, que os objetivos financeiros dos bancos confundiam-se com as políticas públicas do país, tornando-se parte integrante do suposto interesse nacional norte-americano.

Algo como “enquanto os bancos estiverem bem, o resto do país estará bem” – um tipo de pensamento que sugere uma deformação estrutural.

Os sucessivos presidentes, sejam do Partido Democrático ou Republicano, realmente acreditam que a riqueza e segurança do infame 1% – e não o bem-estar dos 99% – é o que garantirá a grandeza dos EUA e sua enorme influência internacional.

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