Elite tenta resgatar seus velhos privilégios na eleição deste ano

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Terminal vazio de aeroporto

Existe, historicamente, um acordo implícito entre a elite e a população: uma mantém privilégios e lucros a partir de seu poder e bens; o povo, em troca, ganha segurança e uma certa dose de prosperidade.

Assim, sociedades complexas dependem das elites para avançar, se não da forma correta, pelo menos de um jeito que não seja grotesco. Quando as elites falham, a ordem política tradicional desmorona.

O preço da situação de colapso é o nascimento de um furioso “populismo de direita”, que sai derrubando tudo o que encontra pela frente – inclusive as instituições democráticas, através de golpes violentos.

No Brasil, hoje, sua base é o discurso contra o Estado, visto como sinônimo de incompetência e de corrupção, e a sistemática denúncia criminal da política, apontada como um negócio sujo e interesseiro.

O GLOBO EM CAMPANHA

O que se quer é impedir a construção de um padrão mínimo de bem-estar social, esforço que ganha um reforço maior no renascimento da eterna campanha contra o salário-mínimo, por exemplo.

O Brasil não assiste, porém, apenas à manifestação de uma conhecida elite reacionária e fracassada. Assiste a um esforço de substituição – lenta, pacífica, mas real — de uma antiga elite política por outra.

É impossível negar que a chegada do governo Lula ao Planalto, em 2003, abriu a possibilidade de uma mudança desse tipo. Há continuidade, como sempre se notou, mas também há muitas mudanças.

Não são as mesmas pessoas que governam o País e nem são as mesmas prioridades que estão representadas à frente do Estado. Não é uma troca de gerações e nem a guerrilha de facções que nossa política conhece desde o Império.

RESGATE DOS PRIVILÉGIOS

Temos um governo que mantém uma postura de resistência contra medidas ortodoxas que sempre fizeram parte da agenda conservadora e poderiam comprometer o crescimento, a manutenção do emprego e a distribuição da renda.

É este o ponto em debate em 2014, quando este condomínio Lula-Dilma tentará uma quarta eleição consecutiva, contra o feroz desejo das elites – expresso através dos velhos meios de comunicação.

E também é o esforço de restauração de sua antiga posição e de suas prerrogativas que leva nossa antiga elite, que nunca deu ao país um padrão de desenvolvimento europeu, a buscar inspiração na demagogia do Velho Mundo, destruído pela austeridade que engorda os ricos.

De seu ponto de vista, a eleição deste ano terá a dimensão histórica de resgate dos antigos privilégios.

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