5.000 elefantes mortos em uma única reserva florestal da África

À SOMBRA DAS BUGIGANGAS E SOUVENIRS

Massacre de elefantes na África

O destino das presas dos animais são fábricas chinesas para a produção em larga escala de brindes, quinquilharias e lembrancinhas em geral para turistas. Esta é a motivação da matança descontrolada que acontece agora na África.

Tanto assim, que a caça furtiva de elefantes, para o tráfico de marfim, sobretudo no interior da Reserva do Niassa, no norte de Moçambique, provocou a morte de cinco mil animais nos últimos três anos.

Os dentes de elefantes têm sido alvo de “pilhagem” por estrangeiros, na sua maioria oriundos da Tanzânia e dos Grandes Lagos, que posteriormente colocam o marfim no mercado negro.

“Há dois anos, houve uma avalanche de entrada de cidadãos dos Grandes Lagos para prática da caça furtiva na Reserva do Niassa, o que contribuiu no índice de abate de elefantes, pois descobriram um mercado negro, sobretudo na Ásia, para a colocação dos ‘troféus'”, disse João Muchanga, diretor provincial de Turismo de Niassa.

O último censo da fauna, realizado em 2011, segundo Muchanga, indica que naquela reserva o efetivo de elefantes baixou de de 20 para 15 mil em relação ao cadastro anterior, cujo levantamento é feito a cada dois anos.

Perante a situação, o governo local intensificou o envolvimento da população, polícia, militares, guardas fronteiriços e alfândegas no controle da Reserva, para “travar o saque” de marfim.

“Tentamos sensibilizar as comunidades para não acolherem os estrangeiros, que geralmente aparecem com volumes de dinheiro e aliciam a população, pagando o alojamento nas suas residências”, explicou João Muchanga.

Atualmente a Reserva do Niassa foi reforçada com dois pequenos aviões e três viaturas para fiscalização, além de um efetivo de 44 guarda-florestais (totalizando 120 homens). Todavia, os meios são insuficientes perante a dimensão de uma zona gigantesca, com 42.000 km².

Além do saque dos “troféus” a caça furtiva agrava os casos de conflito homem-animal, uma vez que os paquidermes fogem do seu habitat natural para invadir residências e destruir machambas (hortas) e celeiros.

Com Sapo Moçambique

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