Vício em games é igual ao do álcool, maconha e cocaína
DEPENDÊNCIA VIRTUAL SEMELHANTE À REAL
Vamos combinar, nada contra os felinos, mas a expressão deste gato foi a mais próxima que encontrei das reações faciais de alguns viciados que conheço sob o efeito de drogas lícitas, ilícitas e videogames, quem não percebe a semelhança?
É que assim como acontece com os dependentes de álcool, maconha e cocaína, por exemplo, também a internet e os jogos eletrônicos online causam alterações no cérebro que se refletem no comportamento antissocial de muitas pessoas.
Em um estudo pioneiro, cientistas utilizaram ressonância magnética para revelar anormalidades em adolescentes que passavam muitas horas na internet em detrimento de suas vidas pessoal e social.
Daí que os pesquisadores acreditam que esse tipo de pesquisa pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos e a combater os problemas de comportamento.
Os números são de fato significativos: estimativas indicam que de 5% a 10% dos internautas são incapazes de controlar seu uso da internet. Portanto, são considerados, sim, viciados.
A maioria é de jogadores de games, que ficam tão absortos que acabam sem comer ou beber por longos períodos. Tanta dedicação acaba causando problemas na educação, no trabalho e nos relacionamentos deles.
Henrietta Bowden Jones, psiquiatra do Imperial College, de Londres, que dirige uma clínica ligada ao Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), exclusiva para viciados em internet e jogadores problemáticos da Inglaterra, ressaltou que a maioria dos viciados em jogos deixam de lado suas suas obrigações.
“Eu tenho visto pessoas que pararam de assistir aulas da universidade, não conseguem passar de ano ou que acabaram se separando porque foram incapazes de se conectar emocionalmente com qualquer coisa fora do jogo”.
Entre os casos estudados pelos pesquisadores, chama a atenção a morte de uma menina de três anos que não era alimentada pela mãe.
Rebecca Colleen Christie, quando tinha 25 anos, jogava compulsivamente World of Warcraft enquanto a filha, Brandi, passava fome. O bebê pesava pouco mais de dez quilos e estava inconsciente quando foi levado para o hospital.
Já Chris Staniforth, de 20 anos, morreu por causa de um coágulo de sangue depois de passar até 12 horas jogando em seu Xbox. Mesmo sem ter histórico de problemas de saúde, desenvolveu trombose venosa profunda (TVP), que geralmente ocorre em passageiros de voos de longa distância.
* Com Nassif