Robôs invadem Facebook com falsos likes e comentários políticos

A GUERRILHA ELEITORAL NAS REDES SOCIAIS

Manipulação das eleições no Facebook

O mercado negro virtual já começou uma guerrilha subterrânea visando as campanhas eleitorais deste ano. Se nas guerras reais a verdade é sempre a primeira vítima, nesta poderá ser você.

Diariamente surgem no Facebook, Twitter e Instagram perfis falsos que são usados para atacar adversários ou fazer propaganda deslavada. Manipulação braba, coisa de mercenários.

Quem navega pelo Facebook, por exemplo, encontra centenas de páginas diferentes com o nome dos principais candidatos à presidência. São perfis positivos e negativos, alguns bastante agressivos.

TERRENO MINADO

O YouTube também é terreno minado, onde são publicados vídeos aos montes sobre presidenciáveis, sendo que em grande parte é impossível identificar o autor.

Embora a criação de perfis nas redes seja relativamente simples, dar credibilidade a eles e mantê-los no ar é um processo que exige investimento com programadores, hackers e jornalistas.

Depois que um perfil fake é criado no Twitter ou no Facebook, os caras acrescentam centenas de milhares de seguidores da noite para o dia e simulam visualizações no YouTube.

CARDÁPIO

Sites como boostlikes.com e authenticlikes.com cobram US$ 550 (R$ 1,2 mil) por um pacote de 50 mil curtidas para turbinar a página e “causar” entre os visitantes mais ingênuos.

Já o sansexpand.com cobra US$ 90 (R$ 2o3) por 100 comentários no Facebook. O usuário envia 100 pequenos textos em português e indica onde eles devem ser postados automaticamente.

Já o site soft-news.net oferece por US$ 150 (R$ 339) um software chamado blogcomentposter. Ele é usado para criar uma avalanche de comentários em portais e blogs. O objetivo é influenciar as “buscas relacionadas” do Google e ligar o nome de alguém a alguma virtude ou defeito.

EFICÁCIA

“Alguns candidatos parecem mesmo estar usando robôs e comprando ‘likes’. Essa é uma tática eficaz para ampliar rapidamente o número de seguidores e está disseminada em todas as correntes políticas”, avalia o sociólogo Sérgio Amadeu, pesquisador de redes sociais da Universidade Federal do ABC.

Ele diz que essas táticas, já utilizadas no mercado publicitário, seduzem os políticos, mas não são eficazes. “Eles apostam que os internautas se impressionam com um número grande de seguidores. Mas a longo prazo isso não funciona.”

Para se “blindar” contra ataques nas redes sociais, militantes de todos os partidos estão montando núcleos de “ativistas virtuais” para treinamento e aprendizado sobre como agir nas redes sociais.

Todas as tendências políticas se acusam mutuamente de disseminar conteúdo negativo contra os adversários na internet, mas negam que responderão da mesma forma.

REGRAS

O Twitter informou que não monitora nem edita conteúdos dos usuários, desde que respeitem os termos do serviço.

Dentre eles estão proibições de várias práticas, como a criação de contas em série, criação de contas com o objetivo de vendê-las, criação de contas para envio de conteúdo abusivo a outros usuários, envio de spams e publicação de mensagens repetidas.

O Google disse que remove de seus sites conteúdo ilegal ou que viole termos de uso da empresa. O Facebook não se manifestou.

Manipulação política no Facebook

ARMAS DA GUERRA SUJA NA REDE

Compra de likes
É possível comprar pacotes de “likes” ou “curtidas” do Facebook em sites especializados. Cada 50 mil curtidas pode sair a um custo de US$ 550.

Compra de seguidores
No microblog Twitter, os preços podem ficar mais em conta: é possível “comprar” um pacote de 500 seguidores por US$ 15.

Compra de visualizações
No YouTube, 50 mil visualizações feitas por robôs custam US$ 80 dólares.

Compra de comentários em blogs
Por US$ 150 dólares, é possível adquirir um software que automatiza o processo de produção de comentários. Isso contribui para a manipulação de sites de busca.

Camuflar IP
É possível baixar de graça um programa que camufla o IP (o registro do usuário do computador). Dessa forma, o usuário jamais será rastreado.

Perfil falso
É fácil criar um perfil falso no Facebook ou no Instagram para fazer propaganda antecipada ou atacar adversários. Em caso de condenação pelo TSE, o “dono” dá pagina jamais será localizado. E o partido pode alegar que não sabia da iniciativa.

Black Hat
Técnica utilizada para enganar mecanismos de busca. Entre elas está o Link Farm, que cria milhares de sites falsos que publicam uma notícia específica para potencializar um tema ou hashtag nas buscas no Google.

Com Jornal GGN

2 comentários em “Robôs invadem Facebook com falsos likes e comentários políticos

  • 30 de março de 2014 em 18:21
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    O pior disto tudo é saber que o ser humano está sendo vencido pela tecnologia. Pessoas que se deixam levar por este tipo de propaganda são ingênuas, burras, ou muito preguiçosas ou todas as alternativas anteriores juntas porque se ligam em política só na época das eleições e torcem o narizinho com ares afrescalhados de uma falsa nobreza dizendo que tem nojo de política ao longo dos quatro anos que dura um mandato. Eu, geralmente, já sei lá pelo fim do segundo ano de mandato em quem votar ou não porque é esse o tempo hábil para o político mostrar a que veio e se fez ou não alguma coisa. É nesse tempo que se pode avaliar. Depois vem a época dos conchavos e da guerra midiática pré eleição onde ratifico minhas posições observando se meus eventuais candidatos se comportam para o bem ou para o mal.
    Esse papinho de bastiões da moral e dos bons costumes e, principalmente, blablablá de carolas religiosos é fator determinante para NÃO ganhar meu voto. Ética, seriedade e bons princípios morais não são patrimônio de religiões nem de partidos políticos. São condição sine qua non para viver em sociedade e ninguém faz mas do que sua obrigação em exercê-los, principalmente na qualidade de homens públicos.

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