Potências ocidentais preparam nova invasão e saque na África

Guerrilheiro africano

MALI: A NOVA VÍTIMA AFRICANA

O Chefe de Redação

A República do Mali, capital Bamako, é o sétimo maior país africano, sem saída para o mar, na África subsaariana ocidental. Seu tamanho é de 1.240.000 km², com população estimada em 12 milhões de habitantes. O país é um Eldorado de urânio, ouro, petróleo e minerais estratégicos. Por tanta abundância, Mali entrou na alça de mira dos predadores ocidentais.

A GUERRA EM MALI

Por R. Teichman *

Mali. O governo francês declarou que:

“enviaria 2 mil 500 soldados para apoiar a tropa do governo do Mali no conflito contra rebeldes islâmicos. A França já deslocou cerca de 750 soldados para o Mali e aviões franceses chegaram a Bamako na manhã de terça-feira …
Continuaremos a instalação de forças em terra e no ar …
Temos um objetivo. Assegurar que quando deixarmos o país, quando finalizarmos nossa intervenção, Mali estará seguro, com autoridades legítimas, um processo eleitoral e sem terroristas para ameaçar o seu território”.

Assim é a narrativa oficial da França e daqueles que a apoiam. E, naturalmente, assim é repetida pelos grandes meios de comunicação ocidentais.

A França é apoiada por outros membros da OTAN. O secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, confirmou que os EUA estavam fornecendo inteligência às forças francesas no Mali.

O Canadá, a Bélgica, a Dinamarca e a Alemanha também apoiaram publicamente a incursão francesa, prometendo apoio logístico para esmagar os rebeldes.

Se acreditarmos nesta narrativa seremos enganados mais uma vez acerca dos objetivos ocultos. Uma olhada nos recursos naturais do Mali revela do que realmente se trata.

Mapa África Mali

OURO

Mali é o terceiro maior produtor da África, com exploração em grande escala em andamento. O país é famoso pelo seu ouro desde os tempos do grande Império Maliano.

Na peregrinação a Meca do Imperador Kankou Moussa, em 1324, a sua caravana transportava mais de 8 toneladas de ouro! O Mali portanto tem sido um país minerador durante mais de meio milênio.

Atualmente há sete minas de ouro em operação no Mali: Kalana e Morila no Sul do país; Yatela, Sadiola e Loulo no Ocidente; e as minas Syama e Tabakoto, que recentemente recomeçaram a produzir.

Projetos de exploração avançada incluem: Kofi, Kodieran, Gounkoto, Komana, Banankoro, Kobada e Nampala.

URÂNIO

Sinais encorajadores e exploração em plena atividade. A exploração é executada por várias companhias com indicações claras de depósitos de urânio.

O potencial de urânio localiza-se na área de Falea, que abrange 150 km² da bacia Falea-Guiné do Norte, uma bacia sedimentar neoproterozoica assinalada por anomalias radiométricas significativas. O potencial de urânio em Falea é estimado em 5.000 toneladas!

O Projeto Kidal, na parte nordeste de Mali, com uma área de 20.000 km2, abrange uma grande província geológica cristalina conhecida como L’Adrar Des Iforas. O urânio potencial no depósito Samit, só na região de Gao, é calculado em 200 toneladas.

Tropas ocidentais na África

DIAMANTES

Mali tem amplo potencial para desenvolver sua exploração de diamantes, como em toda a África, em geral.

Na região administrativa de Kayes foram descobertos 30 filões quimberlíticos (terreno onde se formam as pedras) dos quais oito mostram traços de diamantes. Cerca de oito pequenos diamantes foram encontrados na região administrativa Sikasso, no sul do país.

PEDRAS PRECIOSAS

– Círculo de Nioro e Bafoulabe: Granadas e minerais magnéticos raros

– Círculo de Bougouni e Bacia Faleme: Pegmatite

– Le Gourma: granadas e coríndons

– L’Adrar des Ilforas: pegmatite e minerais em metamorfose

– Zona Hombori Douentza: quartzo e carbonatos

Urânio na África

OUTROS MINERAIS ESTRATÉGICOS

– Minério de ferro e manganês: Recursos significativos mas ainda não explorados. Segundo estimativas, Mali tem mais de 2 milhões de toneladas de reservas potenciais de minério de ferro localizadas nas áreas de Djidian-Kenieba, Diamou e Bale.

– Bauxita: as reservas são estimadas em 1,2 milhão de toneladas, localizadas em Kita, Kenieba e Bafing-Makana. Traços de manganês foram encontrados em Bafing-Makana, Tondibi e Tassiga.

– Depósitos de rocha calcárea: 10 milhões de toneladas (Gangotery), 30 milhões (Astro) e 2,2 milhões de toneladas em Bah El Heri (Norte de Goundam)

– Cobre: potencialidades em Bafing Makan (Região Ocidental) e Ouatagouna (Região Norte)

– Mármore: Selinkegny (Bafoulabe) 10,6 milhões de toneladas de reservas estimadas e traços em Madibaya

– Gesso: Taoudenit (35 milhões), Indice Kereit (Nord de Tessalit) 370 mil toneladas

– Caulim: potencial de reservas estimadas (1 milhão de toneladas) localizado em Gao (Região Norte)

– Fosfato: reserva localizada em Tamaguilelt, produção de 18 mil t/ano e um potencial estimado de 12 milhões de toneladas. Há quatro outros depósitos potenciais no Norte, de 10 milhões de toneladas.

– Chumbo e zinco: Tessalit na Região Norte (1,7 milhão de toneladas de reservas estimadas) e traços em Bafing Makana (Região Ocidental) e Fafa (Norte)

– Lítio: indicações em Kayes (Região Ocidental) e potencial estimado de 4 milhões de toneladas em Bougouni (Região Sul)

– Xisto betuminoso: potencial estimado em 870 milhões de toneladas, indicações encontradas em Agamor e Almoustrat na Região Norte.

– Linhita: potencial estimado em 1,3 milhão de toneladas, indicações encontradas em Bourem (Região Norte)

– Sal gema: potencial estimado em 53 milhões de toneladas em Taoudenni (Região Nore)

PETRÓLEO

O potencial petrolífero de Mali tem sido documentado desde a década de 1970 quando pesquisa sísmica e perfurações esporádicas revelaram indicações prováveis de óleo. Naquela época começou a atrair interesses significativos de investidores internacionais.

Com o crescente preço mundial dos recursos de petróleo, o país avançou a sua promoção e pesquisa para a exploração, produção e potencial exportação petrolífera.

Mali também poderia proporcionar uma rota de transporte estratégica para as exportações de petróleo e gás sub-saarianas para o Ocidente e há a possibilidade de conectar a bacia Taoudeni ao mercado europeu através da Argélia.

Já começaram trabalhos de reinterpretação de dados geofísicos e geológicos efetuados anteriormente, centrando-se em cinco bacias sedimentares no Norte do país, incluindo Taoudeni, Tamesna, Ilumenden, Ditch Nara e Gao.

Casas na África

ISSO É O QUE HÁ

Não importa o que seja dito na grande mídia ocidental: o objetivo desta nova guerra não é outro senão despojar mais um país dos seus recursos naturais, assegurando o acesso aos mesmos pelas corporações internacionais.

O que está sendo feito agora no Mali através de bombas e balas é exatamente a mesma coisa que é feita na Irlanda, Grécia, Portugal e Espanha, sem disparar um tiro, mas através da escravização pela dívida.

O POVO SOFRE E MORRE

O jornal britânico The Guardian informou há alguns dias:

“O custo humano ainda não foi calculado, mas um comunicado lido na televisão do estado diz que pelo menos 11 malianos foram mortos em Konna.
“Sory Diakite, presidente da municipalidade de Konna, afirma que entre os mortos havia crianças afogadas depois de se lançarem num rio numa tentativa de escapar às bombas.
“Outros foram mortos nos pátios das suas casas, ou fora delas. O povo tentava fugir à procura de refúgio. Alguns afogaram-se no rio. Pelo menos três crianças lançaram-se ao rio. Tentavam nadar para o outro lado. E tem havido danos significativos da infraestrutura, informou o presidente, que fugiu da cidade com a sua família e agora encontra-se em Bamako”.

Quem sabe qual será hoje o total de mortes?

Que Deus ajude o povo de qualquer país com recursos naturais a serem explorados.

* Em Resistir

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