Anonymous fazem caridade com dinheiro da Defesa dos EUA
PAPAI NOEL ATIVISTA
Numa de suas mais ousadas e espetaculares ações de Natal, o grupo Anonymous acessou as contas de empresas representantes das indústrias bélicas norte-americanas, transferindo o dinheiro como doações humanitárias a entidades promotoras da paz mundial.
Os hackers invadiram a base de dados da agência de segurança Stratfor e capturou os números e senhas de, pelo menos, 4 mil cartões de crédito de multinacionais e da própria Defesa dos EUA.
As doações a instituições de caridade, entre elas a Cruz Vermelha, foram acompanhadas da frase “Obrigado! Agência de Segurança Interna”
Entre os clientes da empresa, que fornece serviços de informação de defesa, política e economia, encontram-se algumas das 500 organizações mais lucrativas do mundo listadas na revista Fortune, como a BNP Paribas, Wester Union, American Express ou Visa, entre outras, e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Os Anonymous anunciaram o ataque através do Twitter, mostraram ainda imagens de recibos de transferências feitas a partir de alguns desses cartões de crédito para instituições de caridade e justificaram a ação como uma “doação de Natal”.
O grupo divulgou também, no Twitter, a lista das empresas clientes da Stratfor juntamente com os respetivos dados dos cartões de crédito, como o Departamento da Defesa norte-americano, o Exército, a Força Aérea e empresas do ramo tecnológico como a Apple ou a Microsoft.
Fred Burton,vice-presidente da Stratfor, cujo site se encontra em manutenção, disse que a empresa apresentou queixa às autoridades e que estão a trabalhar em conjunto na investigação.
Recorde-se que os Anonymous já tinham ameaçado realizar um ataque a sites de grandes instituições durante o fim-de-semana de Natal.
Os ciberativistas alegaram que um dos motivos pelos quais conseguiram capturar dados da Stratfor se prende à não encriptação (conversão ou transmissão de dados em código) da informação, o que será um grande embaraço para uma empresa que fornece análises políticas, econômicas e militares para ajudar os clientes a reduzir riscos de segurança, como refere o New York Times.
Num e-mail aos clientes, a Stratfor afirma que suspendeu o correio eletrônico e os seus servidores.
Com Agências e imagem da galeria de Jon Bauer no Flickr
Não resta dúvida de que a ajuda para essas instituíções será bem vinda, mais do que isso, será providencial. No entanto a ação em si continua sendo roubo, ainda que seja ladrão roubando ladrão. Mas crime é crime.