Velha mídia não olha para o céu na caça aos culpados por apagão

Blecaute - queda da rede de distribuição de luz

Do Blog Chefe de Redação

A grande mídia politicamente engajada voltou a fazer um “carnaval” com o apagão de energia elétrica ocorrido durante algumas horas de uma noite quente na primeira semana de fevereiro, e que atingiu a maior parte do Nordeste brasileiro. Não faltaram as acusações ligeiras de praxe sobre supostos problemas político-administrativos ou baixos investimentos para a sempre necessária expansão do setor elétrico. Guardadas as devidas proporções, pode até ter um fundo de verdade nisso. Por uma questão de isenção, porém, há também fatores científicos que devem ser levados em conta.

Tempestade solar pode ter sido a causa do apagão no Nordeste

Apesar do recente apagão do Nordeste ter como provável causa o acionamento do sistema de proteção em uma subestação no município de Jatobá, em Pernambuco, as causas que levaram ao apagão podem ter sido provocadas por um repentino pulso eletromagnético ocorrido às 23h36 (Hora do Nordeste), provocado por uma tempestade solar.

Em boletim recebido do SWPC, Centro de Previsão de Tempo Espacial dos EUA, às 02h36 UTC (23h36 no Nordeste e 00h36 em Brasília), magnetômetros instalados em Boulder, no Colorado, registraram um repentino pulso eletromagnético de 8 nanoTeslas (Tesla é a unidade de medição de campos magnéticos).

Exatamente nesse mesmo instante, quase toda a região Nordeste ficou às escuras. Segundo relatos feitos no site Painel Global, diversos carros e luzes também apresentaram funcionamento errático e intermitente, além de muita interferência nas estações de rádio.

O sol e o campo magnético da Terra

O pulso eletromagnético detectado nos EUA teve origem após uma explosão solar ocorrida no dia 31 de Janeiro, quando uma grande quantidade de massa coronal foi ejetada da estrela. A maior parte dessas partículas seguiu em direção ao espaço, enquanto uma pequena parcela atingiu o campo magnético terrestre e pode ter provocado auroras nas latitudes médias e altas do planeta.

Ainda é muito cedo para se afirmar com certeza se, de fato, o pulso eletromagnético foi o responsável por fazer “cair” o sistema elétrico em diversos Estados nordestinos, mas os relatos de interferências em estações de rádio associados ao exato momento que o pulso foi detectado contribuem para essa possibilidade.

É importante destacar que o desvio apontado nos magnetômetros de Boulder às 23h36 não são capazes de avaliar a intensidade do campo eletromagnético induzido nas redes de energia elétrica. Eles apenas indicam um desvio anômalo no campo magnético da estação e que este foi provocado por um pulso eletromagnético repentino provocado por uma explosão solar.

Para fins de comparação, o pulso eletromagnético registrado teve intensidade de 8 nanoTeslas. A maior tempestade solar já registrada ocorreu em setembro de 1857 e teve a intensidade estimada em 110 nanoTeslas. Essa tempestade ficou conhecida como Evento Carrington.

Via APOLO11.COM

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Blog Chefe de Redação

Um comentário em “Velha mídia não olha para o céu na caça aos culpados por apagão

  • 5 de fevereiro de 2011 em 20:09
    Permalink

    Boa levantada de bola. E, de repente, escapa no PiG uma notícia assim:

    “O professor Nivalde Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que o apagão que deixou sete Estados do Nordeste sem luz é um fenômeno raro que não teria como ter sido evitado. ‘O custo para a manutenção de um backup deste porte, num sistema tão complexo como é o do Brasil, inviabilizaria a operação’, disse, lembrando que NÃO FORAM FALHAS HUMANAS OU DE SOBRECARGA que ocasionaram o problema.”

    Rarrá!!! Bingo!!!

    Só que o assunto morreu por aí, a matéria é, em si, inconclusiva. Quem quiser pode checar: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,apagao-nao-poderia-ter-sido-evitado-diz-professor,675377,0.htm

    E tome “boca de siri” quanto às explosões solares OU ALGO FORA DO PADRÃO. Chega a ser engraçado. Como já dizia o “velho deitado”: o pior cego é aquele que… precisa completar?

    Resposta

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