Tartarugas marinhas ameaçadas por química industrial e agrícola

Risco de extinção

RESÍDUOS QUE CORREM PARA O MAR

Ao migrar, tartarugas marinhas pegam mais poluição e chegam a apresentar altos níveis de 67 produtos químicos usados nas atividades industriais e em pesticidas agrícolas.

Do blog ECOnsciência

Uma das muitas ameaças enfrentadas pela tartaruga marinha é a poluição criada pelo homem. Mesmo assim, a dimensão do risco é uma incógnita. Para iniciar uma busca por respostas, cientistas mediram contaminantes no sangue de um grupo de machos adultos, e rastrearam sua migração ao longo da costa do Atlântico.

Pesquisadores do College of Charleston, Carolina do Sul, capturaram 19 tartarugas comuns perto do Cabo Canaveral, na Flórida, em 2006 e 2007. Mediram e pesaram os espécimes, retiraram amostras de sangue e examinaram seus sistemas reprodutivos com biópsias testiculares.

Durante dois meses, dez dos animais viajaram na direção norte até Cape May, em New Jersey, enquanto nove ficaram próximos do Cabo Canaveral.

O estudo, publicado na revista “Environmental Toxicology and Chemistry”, descobriu que os animais tinham níveis mensuráveis de 67 produtos químicos usados em pesticidas e outros produtos industriais. As tartarugas que migraram tinham níveis mais altos do que as que permaneceram perto da Flórida, confirmando pesquisas anteriores que haviam encontrado mais poluentes em tartarugas em latitudes setentrionais.

É possível que os peixes e invertebrados consumidos pelas tartarugas nas águas do norte sejam mais poluídos, mas os cientistas apontam que as tartarugas migrantes comem mais – e por isso consumiriam mais poluentes. Na média, as tartarugas migrantes eram maiores do que as residentes permanentes.

Os animais pareciam saudáveis, segundo os pesquisadores, mas não está claro o que constitui uma boa saúde na tartaruga comum adulta.

“Estes eram animais reprodutivamente ativos”, afirmou Jennifer M. Keller, coautora do estudo e bióloga do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia.

“Mas os machos possuem níveis mais altos de contaminantes no sangue do que as tartarugas jovens e isso fez crescer nossa preocupação”.

Via Último Segundo

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