Rede de microblog Twitter não tem como enfrentar o poder do Google+


Fim do Twitter com chegada do Google+

APENAS UM PÁSSARO CONTRA O ROLO COMPRESSOR

Já apareceu gente achando que a rede de microblog será a próxima vítima do fenômeno Google Plus. Os argumentos são consistentes, o que ajuda numa boa reflexão. Estará mesmo o Twitter obsoleto e sem capacidade para se defender diante do poderio econômico da gigante de buscas na Internet?

O Chefe de Redação

O TWITTER VAI SE TORNAR UMA FESTA VAZIA?

Por Mike Elgan *

O Twitter estreou há cinco anos e, pelo número de contas, é um dos maiores histórias de sucesso da Era das redes sociais.

A empresa se vangloria de 200 milhões de usuários e 350 milhões de tweets por dia, e essa é uma referência onipresente em todas as principais emissoras de TV. Hoje é uma colméia frenética de atividade.

Milhões de pessoas confiam no serviço para notícias, comentários, atualizações de blogs e interação social. O Twitter está próximo de fechar um financiamento de US$ 800 milhões, o que eleva o valor da companhia para cerca de US$ 8 bilhões.

De repente, no entanto, o serviço se tornou obsoleto com o novo serviço Google+, e também pela falha da empresa em capitalizar nos cincos anos de oportunidades que teve e tornar-se indispensável.

É apenas uma questão de tempo até que o microblog se torne um fantasma. Aqui está o porquê:

O Google lançou sua nova rede social três semanas atrás. O site é uma tempestade social que vai afundar o Twitter.

O Google+ tem o mesmo esquema de “seguir” do microblog, em vez do “adicionar amigos” do Facebook. Isso quer dizer que você pode seguir qualquer um sem pedir permissão. A home da rede social da Google tem o mesmo estilo do Twitter, que apresenta as postagens das pessoas que você segue em tempo real.

Seguir assimetricamente e receber feeds instantâneos são dois dos quatro núcleos do Twitter. O terceiro é a brevidade. O Twitter restringe as mensagens aos famosos 140 caracteres. E o quarto é um aplicativo que permite que companhias vejam a home de outras e façam coisas interessantes com as informações.

Mas é apenas uma questão de tempo antes que o Google+ tenha os quatro atributos do Twitter.

Muitos usuários do microblog gostam da limitação dos caracteres, ou melhor, do fato de que os mais falantes são obrigados a ser concisos. O resultado é sucinto, apesar de muitos usuários postarem links para blogues e artigos.

O aplicativo do Google que está a caminho vai permitir que companhias terceirizadas apresentem a rede social em formato “cascata”, parecido com o Twitter, com links e postagens completas. Todos que gostam da brevidade dos posts do microblog também pode visualizar mensagens curtas no Google+.

Mesmo sem esses aplicativos, as pessoas já podem fazer isso. Guy Kawaski, bloguer, investidor e empresário do Vale do Silício, por exemplo, já construiu uma página chamada “Pluserati”, que apresenta versões curtas das cinco postagens mais recentes de grandes usuários na rede social da Google. Ao passar o mouse sobre a versão curta, visualiza a completa. Clicando na postagem, vê a mensagem original.

Enquanto o Google+ em breve fará tudo o que o microblog faz, o Twitter não tem suporte para uma longa lista de coisas que a concorrente tem.

O fim do Twitter

Conversas, por exemplo. Cada post do Google+ permite que os usuários podem ter uma detalhada e satisfatória conversa sobre a mensagem.

No Twitter, comentários são estranhos, porque quando comentamos, nossas palavras não são vistas pelos seguidores de quem publicou a mensagem original, mas o comentário é visto pelos seus seguidores, que não viram a mensagem do seu interlocutor. Você vê muitas respostas a tweets que não leu. Para um serviço social, o Twitter é bastante antissocial.

No Google mais você também pode postar fotos e vídeos diretamente nas atualizações, fazer videochamadas, enviar publicações para não membros e até mesmo apresentar sua página como um blogue disponível a todos que têm acesso à internet.

Por exemplo, de 175 milhões de contas registradas, apenas 119 milhões estavam realmente seguindo alguém em abril. Se você segue ninguém no Twitter, não visualiza nenhuma postagem, além das suas próprias. Apenas 85 milhões de contas tinham um ou mais seguidores. Se ninguém te seguir, não se comunica com ninguém. Você não é realmente um “usuário” se não usa o serviço.

O Twitter define como “usuário ativo” quem segue 30 perfis e tem ao menos 10 seguidores. Uma fonte com acesso ao aplicativo do Twitter que foi citada pela Business Insider em abril disse que havia apenas 21 milhões de contas no microblog que atendiam a esse critério.

O Google+ provavelmente tem mais de 21 milhões de inscritos hoje, embora o número de “usuários ativos” não tenha sido publicado. Em outras palavras, o número de usuários que aderiram ao recente Google+ é igual à quantidade de usuários ativos que o Twitter conseguiu em cinco anos.

O microblog é extraordinariamente vulnerável, especialmente porque os usuários do Google+ são do mesmo tipo que pessoas que querem usar o serviço: especialistas, empresários, bloguers e pessoas envolvidas na política.

Além disso, a nova rede social vai apelar com todos os tipos de internautas frustrados com o Twitter: jovens, refugiados do Facebook e massas de pessoas que não querem aprender os códigos e gírias únicas do microblog.

Eu acredito que a maioria das contas mais ativas no Twitter também estarão no Google+ poucos meses depois de a gigante das buscas tornar o site público. Mas a maior parte dos usuários da nova rede social não estarão no microblog.

Também prevejo que um crescente número de links no Twitter vai direcionar os seguidores a posts no Google+, onde uma conversa pode acontecer.

O Twitter vai se tornar uma festa vazia, um lugar onde a maior parte das mensagens serão publicadas automaticamente a partir de serviços em que as pessoas estão realmente ativas, e onde muitos links levarão os usuários a outras redes sociais para poderem conversar.

As celebridades irão preferir o G+ por causa das fotos, vídeos e compartilhamento viral que vai dar mais controle sobre suas imagens e porque isso proporciona acesso a uma maior audiência em potencial para as publicações.

Especialistas irão gostar do G+ por ser melhor para crowdsourcing e retorno.

Os blogueiros vão preferir o G+ por ser uma plataforma com menos fricção, com a maioria dos atributos sociais do Tumblr. Diversos blogueiros proeminentes já abandonaram os blogs e usam apenas o Google+. No futuro, muitos irão usar a plataforma da rede social ou irão atualizar o G+ fora do serviço em blogs personalizados.

Hoje o Twitter ainda tem muitos fãs e defensores, mesmo no Google+.

O microblog é atualmente um megafone melhor que o novo concorrente, é melhor para falar com um grande público sem tê-lo engajado. É muito melhor hoje para notícias rápidas porque todas as novas fontes estabeleceram feeds para o Twitter. É mais fácil para mensagens curtas, diferentemente do Google+, que é prolixo e demorado. E o Twitter permite ser anônimo, o que é melhor para pessoas que querem criticar governos repressivos.

Mas isso é hoje. Amanhã, a maioria ou todas essas vantagens serão apagadas pelas melhorias no G+, como a criação de complementos e aplicativos e a participação de empresas, publicações e muito mais gente.

Não vejo como o Twitter pode se defender.

Quando você soma o que o G+ faz hoje e o que ele pode fazer amanhã, é claro que o Twitter está perfeitamente obsoleto.

* Via Computer World

* * *

O Chefe de Redação


Um comentário em “Rede de microblog Twitter não tem como enfrentar o poder do Google+

  • 5 de agosto de 2011 em 22:36
    Permalink

    Impressionante! Será que nessa guerra de milhões, nós os insignificantes usuários sairemos perdendo/ Ou o que virá de novo depois de Orkut, Twiter, Facebook, etc?
    Seremos finalmente apenas meros espectadores na cúpula do trovão? Ou o Grande irmão ditará novas regras?

    Resposta

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