Entenda por que oposição rejeita Plebiscito e defende Referendo

AÉCIO, AGRIPINO E FREIRE FOGEM DAS RUAS

Referendo ou Plebiscito?

O cartum acima deixa bem claro por que motivo os presidentes dos partidos de oposição se colocaram oficialmente contra o Plebiscito e a favor do Referendo.

Ou alguém acha que Aécio Neves (PSDB), Agripino Maia (DEM) e Roberto Freire (PPS) aceitariam o diálogo com as ruas em busca de entendimentos e consensos?

É óbvio que os conservadores e neoliberais preferem a confrontação e a manutenção dos comportamentos de elite, com “reformas” de fachada e de gabinete.

O que eles querem é fornecer um prato-feito e frio que seja engolido pela população através de um simples Sim ou Não…

E ninguém se engane, porque na base aliada os políticos profissionais do PMDB, das bancadas “religiosas” e do agronegócio, por exemplo, vão aderir ao cardápio estragado.

Tudo devidamente distorcido e manipulado pelos meios de comunicação que, por sinal, já perceberam o risco de também ter questionados seus bilionários monopólios.

Para compreender ainda melhor por que os poderosos temem o plebiscito, vale um exercício. Examine algumas perguntas que poderiam ser apresentadas aos eleitores.

Isso, apenas, para alimentar as especulações com algumas sugestões de cinco perguntas “perigosas” ao povo, daquelas capazes de fazer qualquer demotucano tremer no galho:

1. Você concorda que as empresas devem ser proibidas de financiar políticos e partidos?

2. Você considera que a Lei 9.709 deve ser alterada, de modo a facilitar a convocação de Plebiscitos e Referendos (inclusive por iniciativa dos cidadãos), e a ampliar os mecanismos de democracia direta (inclusive por meio da Internet)?

3. Você é a favor de limitar as reeleições a dois mandatos, no máximo, para todos os postos dos poderes Executivo e Legislativo?

4. Você considera que as eleições brasileiras, para os poderes Executivo e Legislativo, devem admitir candidaturas de pessoas não ligadas a partidos políticos?

5. Você concorda com a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte voltada para a reforma do sistema político?

Enfim, Reforma Política, Plebiscito e Constituinte são, obviamente, as três principais novidades na agenda nacional.

Dialogam diretamente com algo que se sente todos os dias, e que as ruas expressaram com clareza, nas últimas semanas: o descrédito do sistema político.

Compreende-se, portanto, a distância que se estabeleceu entre o povo, seus representantes e intermediários. É como se os governos, os partidos e a mídia fossem analógicos, e a sociedade, digital.

Concluindo, nas capas de hoje, 27, da Folha, do Estadão e do Globo, estas três palavras “perigosas” (Reforma, Plebiscito e Constituinte) estão literalmente banidas.

Desapareceram não só da manchete e demais títulos, mas também dos textos. Comparecem, é claro, nas páginas internas, aquelas que ninguém perde tempo de ler.

Mesmo assim, são tratadas como:

1. “Descabelada proposta” (editorial do Estado);

2. “Proposta impraticável” (artigo de José Serra no mesmo jornal);

3. “Cheque em branco” (opinião do ministro do STF Ayres Britto, destacada pelo Globo);

4. “Populismo danoso” (texto do diretor da sucursal em Brasília da Folha).

Por tudo isto é que o cartum acima é tão didático… ou precisa desenhar mais um pouquinho?

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