DENÚNCIA DE UM POLÍTICO PRÓXIMO AO ESQUEMA

O Chefe de Redação

O ex-prefeito de Anápolis (GO), Ernani José de Paula, caguetou que o vídeo que deu origem ao escândalo do mensalão foi armação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) em parceria com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

A famosa fita, que provocou a enorme crise que quase derrubou Lula em seu primeiro governo, mostra o funcionário público Maurício Marinho, à época chefe de um departamento dos Correios, recebendo suborno de três mil reais.

Quem mandava nos Correios era o PTB, do ex-deputado Roberto Jefferson, que entendeu que o governo não agiu como devia e denunciou um esquema de corrupção que chamou de “mensalão”. Foi a senha que a velha mídia aproveitou para conspirar diariamente contra o ex-presidente.

O escândalo selou o destino do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, então homem forte do governo. Ernani José de Paula é categórico:

— Essa fita foi produzida pela equipe do Carlos Cachoeira. Ele me contou, comentou que aquele vídeo era dele, que tinha ajudado a produzir.

Segundo o acusador, o maior interessado na história era o senador Demóstenes Torres, que ficou famoso com a ajuda da imprensa por denunciar escândalos do governo.

O ex-prefeito de Anápolis diz que o vídeo foi, na verdade, uma vingança de Demóstenes contra Dirceu. O senador teria sido vetado pelo então ministro-chefe da Casa Civil na disputa por um cargo no Ministério da Justiça.

RELAÇÕES MAFIOSAS

O bicheiro Carlinhos Cachoeira está preso desde fevereiro, quando a operação Monte Carlo da Polícia Federal desmontou um esquema de exploração de jogos de azar e deteve acusados de envolvimento com o o crime organizado.

Após a ação policial, vazaram escutas que mostram a intimidade entre Demóstenes e Cachoeira em maracutaias muito pesadas.

O senador ganhou presentes, teve despesas pagas por Cachoeira e atuava como lobbista a favor dos interesses do criminoso nos corredores do Senado.

Reportagem completa no R7