Uma motocicleta que é um osso duro de roer
O espaço de repente ficou impróprio para menores. Chegou a hora de retirar a galerinha da geração lady gaga do pedaço porque o papo agora é com gente muito grande. O bicho vai pegar e barbarizar geral: então enfia o som na caixa e mete o pau na máquina!
Sem considerar Born To Be Wild, na interpretação da banda Steppenwolf que, com razão, tornou-se o hino dos motociclistas de todo o mundo, dificilmente uma música tem tanto a ver com motocicletas.
Convenhamos, este blues, Bad To The Bone, com George Thorogood & The Destroyers, é a cara das atuais grandes choppers, em especial deste incrível esqueleto sobre duas rodas. Literalmente.
Mas para esta caveira motorizada ganhar vida foram necessários 22 meses de trabalho árduo do metalúrgico John Holt, uma espécie de Frankenstein pós-moderno fissurado por motores.
O cara, na realidade, é um autodidata que se dedica a produzir peças customizadas para automóveis e tratores. Nas horas vagas, é chegado a construir réplicas de armaduras, além de objetos de decoração.
Só que, de repente, cismou de criar algo totalmente novo e inusitado, dando total liberdade ao seu mais primitivo instinto artístico.
E aí ele partiu direto para o mais improvável e inacreditável: projetou uma motocicleta inteira, nos mínimos detalhes, coisa que nunca tinha feito antes.
No porão de sua loja, em Illinois, reproduziu osso por osso, em alumínio fundido, um esqueleto de plástico do tipo hobby, em escala ampliada.
Chamam a atenção os faróis embutidos nos buracos dos olhos, no crânio, e as mãos que seguram a roda dianteira, na extremidade dos garfos.
John Holt nos últimos quatro anos já participou de várias exposições, sendo, claro, sempre premiado. Merecidamente, diga-se de passagem.
Engana-se quem acha que ele fica se exibindo pelas ruas com sua poderosa máquina. É mais fácil encontrá-la no Museu Automotivo Petersen, em Los Angeles, de onde é retirada muito ocasionalmente.
Esta moto tem nome: só podia ser Bad To The Bone, exatamente o título da música que abre este post.
O curioso é que ao fazer buscas na Internet é mais fácil achá-la em sites médicos do que naqueles especializados em motos.
Os comentários são quase sempre unânimes: todos acham que a máquina foi construída sob a coordenação de algum cirurgião especializado em ortopedia, de tão perfeita que é em seus mínimos detalhes.
Nada disso, John Holt é apenas um curioso, com uma habilidade incomum.
Em tempo: para quem não se lembra, Born To Be Wild, da banda canadense Steppenwolf, ficou imortalizada como símbolo de uma geração de motociclistas graças ao filme Easy Rider, de 1969, que aqui no Brasil recebeu o título de Sem Destino.
Bad To The Bone, com George Thorogood & The Destroyers, seguiu trilha semelhante ao ser utilizada como tema do filme Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final, de 1991, protagonizado pelo brutamontes Arnold Schwarzenegger.
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Gostei muito. Gostaria de passar para meus irmãos motociclistas.
À vontade, Mr. Perigoso.
Impressionante como essa banda atua. Mamma mia, que diferença pra esses amadores brasileiros! Os caras não fazem gracinha pra plateia, não tem requebros nem rebolation, não dão gritinhos nem pulinhos, não partem pra embromation… apenas tocam muuuuito blues rock. Que sonzeira, pura aula de competência profissional! Tudo isso dentro de um bar, é mole? E o “velhinho” do sax, meu? Show!!! Parabéns pelo som e pela máquina ortopédica…
Eu tenho uma moto, Honda CBF 600 N, mas nada que se pareça com essa.
Mas acho que vou querer trocar por uma destas.
http://jorgesalvador.wordpress.com/
Um abraço.
Jorge Salvador. (Alverca – Portugal)
Caraca! Sinistro! Genial! Valeu!