SlutWalk Portugal realiza a Marcha das Galdérias ou das Vadias


SlutWalk em Portugal

MARCHA DAS GALDÉRIAS

O Chefe de Redação

Mulheres da cidade do Porto realizam no próximo sábado, 13, o que em Portugal se convencionou chamar de Marcha da Galdérias, em mais uma manifestação do movimento internacional SlutWalk, que no Brasil ficou conhecido como Marcha das Vadias. Clique na imagem acima para conhecer o cartaz completo e leia o manifesto das portuguesas a seguir.

MANIFESTO

SlutWalk* PORTUGAL

Pela autodeterminação sexual em todas as circunstâncias

Em Janeiro de 2011 um polícia afirmou em Toronto que as mulheres devem evitar vestir-se de forma provocante se não quiserem ser violadas. A SlutWalk Porto junta-se à vaga de indignação que esta afirmação causou um pouco por todo o mundo.

Recusamos totalmente a culpabilização das mulheres face a situações de violência sexual. Recusamos a cumplicidade com a agressão e com quem agride, seja pelo silêncio ou pela benevolência. Recusamos a objectificação e mercantilização dos corpos das mulheres. Mude-se as leis, mude-se quem agride. Mude-se a cultura patriarcal que diz às mulheres para não serem violadas, em vez de dizer aos homens para não violarem.

Mude-se a moral dominante, segundo a qual SLUTs somos todas nós, mulheres casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, heterossexuais ou lésbicas, bissexuais, assexuais, com ou sem companheirxs, monogâmicas ou não, com ou sem filhxs. SLUTs são todas as mulheres que não inibem gestos, emoções, desejos ou vontades, que vestem, falam e vivem de acordo com os seus próprios padrões, que se não vergam à moral dominante.

Se SLUT – galdéria, desavergonhada, puta, descarada, vadia, badalhoca, fácil – é uma mulher que decide sobre o seu corpo, sobre a sua sexualidade, e que procura prazer, então, somos SLUTs, sim!

Não queremos piropos sexistas, não queremos paternalismo, não queremos violência sexual. Dizemos não, por mais cidadania. Dizemos não, por mais democracia. Dizemos não, por mais liberdade.

Se ponho um decote… Não é Não!
Se pus aquelas calças de que tanto gostas… Não é Não!
Se uso burqa… Não é Não!
Se durmo com quem me apetece… Não é Não!
Se sou virgem… Não é Não!
Se passo naquela rua… Não é Não!
Se vamos para os copos… Não é Não!
Se me sinto vulnerável… Não é Não!
Se sou deficiente… Não é Não!
Se saio com xs maiores galdérixs…Não é Não!
Se ontem dormi contigo… Não é Não!
Se sou trabalhadora sexual… Não é Não!
Se és meu chefe… Não é Não!
Se somos casadxs, companheirxs, namoradxs… Não é Não!
Se sou tua paciente… Não é Não!
Se sou tua parente… Não é Não!
Se sou imigrante ilegal… Não é Não!
Se tenho relações poliamorosas… Não é Não!
Se sou empregada de hotel… Não é Não!
Se tens dúvidas se aquilo foi um sim, então… Não é Não!
Se és padre, imã, rabi ou pujari… Não é Não!
Se beijo outra mulher no meio da rua… Não é Não!
Se sou brasileira, cabo-verdiana, angolana ou de outro país que sofreu colonização… Não é Não!
Se tenho mamas e pila… Não é Não!
Se disse sim e já não me apetece… Não é Não!
Se sou empregada doméstica… Não é Não!
Se adoro ver pornografia… Não é Não!
Se ando à boleia… Não é Não!
Se estamos numa festa swing, numa sex party ou numa cena BDSM… Não é Não!
Se já abrimos o preservativo… Não é Não!

NÃO é sempre NÃO. Quando é SIM, não há ambiguidades ou dúvidas porque sabemos o que queremos e sabemos ser claras.

* SLUT – galdéria, desavergonhada, puta, descarada, vadia, badalhoca, fácil…

* * *

O Chefe de Redação


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