Script antigo e perigoso: o avanço do fascismo na Europa

Estados Unidos da Europa

EXTREMA-DIREITA OCUPA O VÁCUO NA ZONA DO EURO

O Chefe de Redação

“O mundialismo não é apenas um sistema econômico selvagem (…) é também uma ideologia que vai além da simples globalização e que visa a uniformizar as culturas, encorajar o nomadismos na circulação permanente de pessoas entre um continente e outro, tornando-as intercambiáveis, até transformá-las em anônimas. Nesse sistema o indivíduo não conta mais; reduz-se a nada mais que uma unidade de produção ou de consumo num mundo sem fronteiras onde os territórios se equivalem”.

(Marine Le Pen, virtual candidata da extrema-direita francesa nas eleições presidenciais de abril deste ano, em pronunciamento dia 15-01)

Seu partido, a Frente Nacional, xenófoba, anti-comunista e racista, já teria o apoio de 30% do eleitorado, segundo algumas pesquisas.

A bandeira de Le Pen contra a desintegração de uma Europa corroída pela crise capitalista e a desastrosa hegemonia financeira ortodoxa, é resgatar a única comunidade que conta ao extremismo conservador, ‘a comunidade nacional’.

Como na França, a extrema-direita avança a passos largos também na Hungria, onde magnetiza a classe média e os pobres com a proposta de abandonar o euro para salvar o país do ajuste ortodoxo que o esmaga.

Na Espanha, a direita e a extrema-direita estão de volta ao governo após o fiasco de uma social-democracia indistinguível do conservadorismo ortodoxo.

O mesmo ocorre em Portugal, sempre com o beneplácito da esquerda dividida e colonizada pelo credo dos mercados autorreeguláveis.

Tudo isso já aconteceu antes na história de modo muito semelhante. E não deu em boa coisa.

A lição serve também a governos progressistas de nações em desenvolvimento: a crise requer lideranças assertivas, dotadas de projetos claros e de respostas encorajadoras, que alimentem a confiança e a esperança da sociedade no futuro da democracia, da igualdade e do crescimento. Ou ela buscará abrigo em outros valores.

Mais que nunca, vale o ditado: em política não existe vácuo, nem cadeira cativa.

Na Carta Maior

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