São Paulo ganha bicicletas de aluguel como as Boris Bikes londrinas

Bicicletas de aluguel Laranjinhas

SAMBA DAS MAGRELAS CHEGA A SAMPA

Do blog ECOnsciência

Como o projeto SAMBA planeja trazer para o Brasil a avançada cultura europeia do ciclismo. Hoje há 300 unidades espalhadas por 30 estações da capital paulista.

Por Thiago Sievers *

Quem sai em viagem à Inglaterra deve saber que entre as melhores atrações de Londres estão as Boris Bikes, bicicletas públicas que ficam espalhadas em pontos estratégicos da capital britânica.

Onde você se deparar com um estacionamento de magrelas que carregam a logomarca do banco Barclays terá encontrado uma estação de retirada e de devolução das bicicletas.

A ideia implantada em 2010 é um grande sucesso que conta com nada menos que 570 estações e 8.000 bikes. Quem já viu de perto o funcionamento das Boris Bikes, nem poderia imaginar a mesma experiência sendo posta em prática no Brasil.

Ciclistas protestam sem roupasE quem circular agora por São Paulo poderá topar com bicicletas laranjas parecidíssimas com as BB inglesas.

As Bikesampas — nome que receberam as versões paulistanas das Boris Bikes — têm o mesmo formato daquelas e também carregam o nome de um banco nas rodas traseiras.

Esta é uma iniciativa do projeto SAMBA (Solução Alternativa para Mobilidade por Bicicletas de Aluguel) desenvolvido pela empresa Serttel. Nas cidades de Porto Alegre, Petrolina e Sorocaba é uma parceria com as prefeituras que torna possível a implementação da ideia.

Já no Rio de Janeiro e em São Paulo o banco Itaú também resolveu participar do projeto e colocou o seu nome sobre as rodas traseiras das bicicletas — tal qual o Barclays nas Boris Bikes.

O SAMBA não é um projeto novo: entrou em funcionamento em 2009. No entanto, somente deslanchou no ano passado.

O Rio de Janeiro foi a primeira cidade a receber em suas ruas as bicicletas laranjas — apelidadas pelos cariocas de “laranjinhas”.

A ideia deu tão certo que em maio foi a vez do Estado de São Paulo receber o programa desenvolvido pela Serttel. A capital e Sorocaba foram as cidades escolhidas.

No final de setembro, as ruas e avenidas de Porto Alegre também sentiram pela primeira vez as rodas das Bikepoas.

Bicicletas de aluguel em Londres

O projeto foi idealizado para auxiliar nos percursos de curta distância. No Rio as estações estão localizadas – salvo poucas exceções – na zona sul. Em São Paulo, adivinhe só – zona sul. Para as outras regiões nada.

Mas tudo bem, vamos esperar um pouco mais antes de tirar conclusões precipitadas, afinal o projeto acabou de ser implementado e precisa de tempo para se desenvolver. A promessa é que até 2014 sejam 300 estações distribuídas também pelo centro e zona leste da cidade paulistana.

Para usar as magrelas você deve fazer um cadastro no site do projeto e realizar um depósito de 10 reais pelo cartão de crédito.

Ao localizar uma estação onde as bikes ficam trancadas, você fará uma operação pelo telefone para poder liberar uma delas. O único problema é que se você não tiver celular ou créditos não conseguirá destravar as bicicletas.

Considerando que você não esteja nessa situação, os primeiros 30 minutos de pedalada são de graça. Após isso paga-se 5 pilas por cada meia hora – modelo de funcionamento igual ao das Boris Bikes.

Cultura ciclística na EuropaA devolução da bicicleta pode ser feita em qualquer estação que tenha espaço para isso – não há necessidade de ser no mesmo ponto em que você a retirou.

No Rio o projeto parece que deu certo; em São Paulo ainda não pegou. Será preciso ainda mais investimento da prefeitura da capital paulista em estrutura para os ciclistas para que possamos ver as laranjinhas pelas ruas com frequência.

Vale notar que já é possível observar os esforços nesse sentido: expansão da ciclovia da Marginal Pinheiros; ampliação das ciclofaixas que são abertas aos domingos; obras na calçada que separa as duas pistas da Faria Lima e que proporcionarão uma via exclusiva para quem anda de bike.

Na Dinamarca e sua cultura ciclista, o impulso inicial para que Copenhague se tornasse a cidade referência em bicicletas foi justamente se enxergar num cenário onde não era mais possível alimentar o ideal automobilístico.

Era necessário uma solução alternativa – e ela foi encontrada exatamente nas bikes.

Se continuarmos com esses investimentos nas magrelas, por que não sonhar em alcançar resultados semelhantes ao da capital dinamarquesa – e em breve?

* No Diário do Centro do Mundo

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