Oceanos podem ter remédios que ajudem humanidade a sobreviver

BUSCANDO ANTIBIÓTICOS NO FUNDO DO MAR

Antibióticos oceânicos

A má notícia: um grande perigo paira sobre toda a humanidade. Os antibióticos já não surtem efeito contra as atuais infecções e micróbios, revelam dados médicos de 11 países de todos os continentes.

Não se trata simplesmente de um problema regional, próprio só de países pobres e subdesenvolvidos, ou apenas de nações ricas e desenvolvidas. É uma tendência geral para todos os países do mundo.

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde, em alguns países mais de metade dos pacientes já não reage aos antibióticos contra bactérias que provocam pneumonia, diarreia, infecção do sangue.

Esta realidade já havia sido prevista, há muitos anos, por cientistas que alertavam para o fim da iminente da era dos antibióticos, outrora considerados uma panaceia para uma série de doenças.

Eles preveniram que não se pode recorrer aos antibióticos depois do primeiro espirro. É que ocorre a habituação – as bactérias e os micróbios adaptam-se e adquirem formas mais perigosas.

Mas essa não é a única causa da atual ineficácia dos antibióticos. Segundo assinala o relatório da OMS, os antibióticos vêm sendo largamente  utilizados na indústria alimentar e na pecuária.

Nos EUA, Austrália, Nova Zelândia e outros países eles aceleraram o crescimento do gado e aves. Na Europa, semelhante emprego foi limitado em 2001. Mas é impossível travar esse processo.

Antibióticos oceânicos

Agora, a boa notícia: cientistas russos já se anteciparam ao propor que se procure a salvação no oceano, opinião partilhada por Andrei Adrianov, diretor do Instituto de Biologia do Mar em Vladivostok.

Ele considera que 80% dos antibióticos conhecidos já não funcionam, porque as suas substâncias têm, fundamentalmente, origem terrestre. “O oceano pode dar à humanidade uma hipótese de salvação”.

Hoje, químicos e biólogos marinhos russos dedicam-se fundamentalmente à procura de substâncias marinhas, confirma Valentin Sotkin, diretor do Instituto de Química Bio-orgânica do Oceano Pacífico:

“Nos últimos anos, foram descobertas centenas de substâncias fisiologicamente ativas, e só muito poucas se tornaram substâncias ativas de medicamentos”.

Um medicamento eficaz com contra-indicações estudadas necessita entre 20 e 30 anos de estudos.

Por isso, hoje, em Vladivostok lança-se a base de produção de medicamentos experimentais de origem marinha. Cria-se uma linha de extração de algas cinzentas e vermelhas.

Isso corresponde aos apelos da OMS que, atualmente, pede aos farmacêuticos para desenvolver, o mais rapidamente possível, novos medicamentos eficazes para substituir remédios praticamente inúteis.

Caso contrário, as pessoas poderão começar a morrer devido a um banal arranhão ou uma simples intoxicação alimentar.

Com Stanislav Kalyakin, na Voz da Rússia

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