Jair Bolsonaro, o deputado racista, faz escola nos Estados Unidos
A ESCALADA DO ÓDIO
Armada até os dentes de um único email, Marilyn Davenport alcançou a façanha de se transformar — instantânea e tristemente, diga-se de passagem — numa celebridade mundial.
Acontece que a nada inocente senhora é dirigente do “Tea Party”, a facção ultraconservadora do Partido Republicano, no condado de Orange, na Califórnia.
Comprovando a máxima de que as aparências podem enganar — e muito –, enviou a seus companheiros direitistas uma mensagem eletrônica em que diz que o presidente dos EUA, Barack Obama, é filho de macacos.
“Agora vocês sabem porque não há certificado de nascimento”, diz o email de Davenport, que incluiu uma tosca fotomontagem com Obama acompanhado por dois macacos, representando seus pais.
Este é o ponto alto, até agora, da violenta onda de ataques difamatórios desfechados nas últimas semanas pelo Partido Republicano quanto às origens do presidente dos EUA.
O movimento “Tea Party”, em especial, tem se alinhado à polêmica em que muitos sustentam a tese de que Obama não nasceu no Hawaii, mas sim num país africano.
Só que a enorme repercussão e as consequências negativas do escândalo parecem ter assustado a mulher. Pelas reações colhidas em caixas de comentários de sites noticiosos e na própria blogosfera, o tiro acabou saindo pela culatra.
“Todos os que me conhecem sabem que não sou racista. Foi uma brincadeira. Tenho amigos negros. Ainda assim o email foi enviado a poucas pessoas, nunca pensei que incomodasse”, tentou desculpar-se Marilyn Davenport à revista OKWeekly, que revelou o conteúdo do email racista.
Em vão. A disparar o email ela pode ter cometido um suicídio político.
Das agências
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