Hambúrger com amônia e ‘lodo rosa’ é uma bomba para a saúde

MacDonald's Hamburger

DETONANDO O ORGANISMO

Do blog ECOnsciência

Entre as muitas coisas com que a velha mídia nos irrita chama a atenção a hipocrisia recorrente nas abordagens sobre a devastação provocada na saúde pelas chamadas drogas ilícitas, enquanto pouco ou quase nada se refere ao consumo de certos tipos de produtos classificados como “alimentos”.

Afinal, o que é mais prejudicial à sociedade: o uso por alguns indivíduos de substâncias psicoativas ou a ingestão generalizada (por toda a coletividade) de artigos nocivos, livremente vendidos em supermercados e redes de lanchonetes — grandes anunciantes dos meios de comunicação de massa?

É o caso dos hambúrgueres, potencializados pela mistureba composta de batata frita industrializada, catchup, coca-cola e sorvete — verdadeiras bombas de efeito (nem tão) retardado –, que minam progressivamente o organismo para, enfim, detoná-lo na forma da epidemia de obesidade que se observa nos dias atuais.

Não há como deixar de retomar este tema depois que o McDonald’s foi obrigado a vir a público para admitir mudanças na maneira de produzir seus sanduíches após a denúncia da presença de amônia na carne dos hambúrgeres.

A maior empresa de fast food do mundo decidiu retirar da fórmula de preparo da carne os produtos da empresa BPI (Beef Products Inc) após o escarcéu do chef britânico Jamie Oliver.

Em 2011, Oliver — que é famoso ativista de comida saudável — fez uma reportagem para seu programa de televisão afirmando que os hambúrgueres das unidades americanas do McDonalds contêm hidróxido de amônia.

Segundo Oliver, as partes mais gordurosas da carne de boi passam por uma lavagem com a substância tóxica numa centrífuga e depois são usadas no recheio do hambúrguer. A rede de fast-food usaria esse método para “engordar” os hambúrgueres e aumentar artificialmente o volume de carne.

Antes desse processo, segundo o apresentador, o alimento é considerado impróprio para consumo humano.

“Basicamente, estamos pegando um produto que seria vendido da maneira mais barata para os cachorros e, depois desta alquimia industrial, dando para seres humanos”, disse ao portal britânico Daily Mail Online.

Hamburger MacDonald's

Além da baixa qualidade da carne, o hidróxido de amônia é prejudicial à saúde. Oliver denominou o processo de lodo rosa.

“Por que qualquer ser humano sensato colocaria carne com amônia na boca de suas crianças?”, questionou o chef, que empreende uma guerra contra a indústria de fast food.

Em uma de sua iniciativas, Oliver demonstra para crianças como são feitos os nuggets. Depois de selecionar as partes mais nobres do frango, os restos (gordura, pele e interiores) são processados e fritos.

A campanha de Oliver foi apoiada pelo microbiologista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Geral Zirnstein, para quem a utilização do hidróxido de amônio em alimentos deve ser proibida.

A empresa Arcos Dourados, gerente da rede na América Latina, afirmou que esse tipo de processo não é praticado na região. O mesmo ocorreria com o produto da Irlanda e Reino Unido, que utiliza carne de fornecedores locais. Nos Estados Unidos, Burguer King e Taco Bell já haviam suspendido o uso de amônia em seus produtos.

No site oficial do McDonald’s, a empresa afirma que sua carne é barata porque, ao servir muitas pessoas todo dia, são capazes de comprar de seus fornecedores por um preço menor, e oferecer os produtos de melhor qualidade.

Além disso, a rede negou que decisão de mudar a receita esteja relacionada com a campanha de Jamie Oliver. No site, o McDonald’s esclarece que sua carne, apesar de todos os mitos que dizem o contrário, é verdadeira.

Já o diretor do Sistemas da Qualidade do McDonald’s, Todd Bacon, negou que a mudança na receita do hambúrguer deveu-se à campanha de Oliver. Para ele, “a segurança de alimentos tem sido e continuará a ser uma prioridade no McDonald’s” e “a decisão de retirar os produtos da BPI não está relacionada a qualquer evento específico, mas sim no esforço de se alinhar a padrões globais de carne”.

Com CartaCapital e Juiz de Fora Segura

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