Domingo, 10 de julho, é o Dia Internacional da Pizza
PREFERÊNCIA DO PALADAR NACIONAL
Para muita gente todo domingo é dia de pizza, pelo menos nas regiões Sul e Sudeste, mais fortemente influenciadas pela colonização italiana.
Compreende-se, afinal esta feliz combinação de massa de trigo com muzzarella derretida de búfala, tomate e orégano é uma dos grandes responsáveis pela liberação da serotonina, hormônio neurotransmissor responsável pela sensação de prazer.
No inverno, então, quando associada aos vinhos, nem se fala. Ou melhor, fala-se muito e como!
Apenas por isto não haveria a necessidade de se marcar uma data específica para celebrar o alimento que, por si só, é uma unanimidade para os paladares em geral.
Mas o fato é que, por uma jogada publicitária aliada a oportunismo político, estabeleceu-se que no dia 10 de julho seja comemorado o Dia Internacional da Pizza. Em São Paulo.
De todas as formas, a data serve de pretexto para, em poucas palavras, contar como tudo começou, segundo Lecticia Cavalcanti, do caderno Sabores da Folha de Pernambuco:
E FEZ-SE A LUZ
No início, grãos de trigo ou cevada eram triturados e dissolvidos em água, sendo em seguida postos no fogo em primitivos potes de barro. Depois, para que se conservassem por mais tempo, aquelas papas passaram a ser ressecadas no fogo ou sobre pedras aquecidas pelo sol.
Ainda era sem fermento, porque essa invenção veio só mais tarde, entre 2000 e 1600 a. C., quando os egípcios passaram a assar suas massas, já fermentadas, em fornos de tijolos construídos com lama do próprio Nilo.
A novidade logo foi levada para Roma, centro do mundo antigo. E novos jeitos de fazer pão acabaram surgindo, cada lugar com sua receita própria.
Em Nápoles, por exemplo, surgiu o “picea” — massa redonda e achatada, assada sobre uma pedra quente, temperada com azeite, sal, peixe frito e especiarias.
Era servida na primeira refeição do dia, junto com um bom copo de vinho, sendo a massa dobrada ao meio antes de ser colocada na boca, mas só nas mesas dos de poucas posses, que dela se serviam com as mãos e sem maiores requintes.
Vestígios dessa massa foram encontrados nas ruínas de Pompéia (perto de Nápoles), à beira do Vesúvio.
Só aos poucos, e muito lentamente, o prato foi conquistando paladares sofisticados.
Fernando I de Aragão (séc. XIV), rei de Nápoles, visitava o padeiro Antonio Testa só para provar da iguaria.
Fernando II (séc. XV) oferecia a seus convidados, antes das refeições, uma “picea” coberta com azeitona, cebola (dourada em manteiga e açúcar) e especiarias. Mas eram ainda bem diferentes, no gosto e no aspecto, do prato como conhecemos hoje.
Só no séc. XVII ganhou seu formato definitivo (redondo) e novos ingredientes – mussarela, orégano e sobretudo tomate, recém trazido por Colombo do novo mundo.
Passaram então a ser guarnecidas com tudo o que viesse à cabeça, logo se convertendo em preferência nacional.
Por essa época, foi também batizada com o nome que tem hoje. Não há consenso, em relação à origem da palavra.
Para uns, teria vindo da própria “picea” – que derivaria de “pinsa”, particípio passado do verbo latino “pinsere” (pisar, esmagar); ou de grego “pitta” – designação de um pão achatado; ou, ainda, do alemão antigo “bizzopizzo” – donde o atual “bissen”, significando “pedaço de pão.
Quem quiser saber mais pode consultar a Wikipédia.
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