Comando da máfia internacional dos diamantes troca de mãos

Diamantes Brasil

A GRANDE MUTRETA

O Chefe de Redação

Diamantes são formações cristalinas de carbono em estado puro, não detectáveis por aparelhos de raios X. Convenientemente, se transformaram em “commodities” de luxo — invisíveis, que circulam livremente entre fronteiras. Em estado bruto ou lapidadas, as pedras viraram ativo financeiro. Uma pequena fração termina em joias, mas a maior parte vai parar mesmo é em cofres super exclusivos.

UMA JOGADA BRILHANTE

por Andre Araujo *

Os Oppenheimer, a família real dos diamantes, controladores da lendária mineradora De Beers, o truste mundial dos diamantes legais, venderam suas últimas ações da empresa, correspondentes a 40% do capital, para a mineradora Anglo American, que jé detinha 45% do capital.

Os Oppenheimer receberam em dinheiro US$ 5,1 bilhões e encerram uma presença de 80 anos como os árbitros do mercado mundial dos diamantes, cujo preço determinam através de 10 leilões anuais, método que provavelmente será alterado pela Anglo American.

A demanda mundial para diamantes está aumentando de forma extraordinária, especialmente na China e na Índia. Em 2005 esses dois mercados representavam 8% da demanda mundial, hoje representam 40%.

A De Beers foi criada por Cecil Rhodes, o financista e político britânico que também criou um país, a Rodésia, hoje Zimbabwe.

O controle da De Beers foi comprado há 80 anos por Ernst Oppenheimer, também fundador da Anglo American, que agora comprou a De Beers.

Os Oppenheimer, judeus de origem anglo-holandesa, mantêm ainda pequena participação na Anglo American.

Os diamantes da De Beers são vendidos basicamente para os centros mundiais de lapidação, que são Antuérpia e Tel Aviv.

Hoje Israel ultrapassou a tradicional predominância do centro diamantífero de Bélgica.

Um diamante com certificado da De Beers tem liquidez imediata e o grande concorrente do truste são os “diamantes de sangue”, pedras que não tem certificação legal de origem, geralmente produto de contrabando, minerados ilegalmente em países africanos desorganizados.

A De Beers nos últimos anos abriu lojas em shopping centers de luxo, mas o mercado considera atrasados seus métodos de comercialização pelas “exibições” periódicas — chamadas “sights”.

Na realidade trata-se de leilões onde a De Beers fixa arbitrariamente o preço mínimo, que passa a ser o preço mundial de referência para avaliações e penhoras.

A distribuição de pedras já lapidadas também passou a ser um negócio de grandes proporções, criando dois bilionários da FORBES, um em Londres (Leonard De Graeff) e outro em Israel.

O extraordinário aumento da demanda está empurrando para as alturas o preço das pedras que, em tempos de incerteza monetária, aumentam sua atratividade como reserva de valor.

O filho de Ernst Oppenheimer, Harry, e seu neto Nicky, atual CEO da De Beers, tiveram grande atuação nos conflitos do apartheid e foram influentes personagens na política sul-africana.

A saída dos Oppenheimer da De Beers encerra um longo ciclo e daqui para frente ninguém sabe ao certo como se reorganizará o mercado.

* No Luis Nassif

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O Chefe de Redação


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