Acordo secreto com Alemanha dá controle do gás na Europa aos EUA

ARMA DAS MULTINACIONAIS É O ‘FRACKING’

Invasão das empresas norte-americanas

Enquanto toda a Europa se distraía com a Copa do Mundo no Brasil, em junho, Angela Merkel negociou secretamente com Barack Obama a entrega do território europeu para a exploração do gás de xisto.

O Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos permitirá estabelecer o marco jurídico que deverá pavimentar o caminho das empresas de fracking (todas norte-americanas) para o coração da Europa.

E enquanto os gols de Müller e Goëtze enchiam as redes em campo, as negociações de bastidores foram convenientemente ignoradas pela grande mídia. Isto dá conta da alienação em que vive o mundo.

Os estadunidenses aproveitaram o conflito ucraniano para tomar da Rússia o mercado energético de Europa, com o beneplácito da União Europeia, que quer acesso garantido ao gás e petróleo dos EUA, como parte da revolução do xisto que começa a viver a Europa.

COLABORACIONISMO UCRANIANO

E já bem antes da derrubada do voo MH17, a primeira-ministra alemã trabalhava com afinco para eliminar o fornecimento de gás pela Rússia. Isto agora é uma realidade.

Arseni Yatseniuk, o chanceler ucraniano aliado, vai colaborar com o esquema impondo proibição total ao trânsito de mercadorias russas para a Europa através da Ucrânia, incluindo “especialmente” o fornecimento de gás à União Europeia.

Quer dizer que os europeus, enquanto desfrutam as delícias do verão, ficaram a partir desta semana sem o gás russo para enfrentar o próximo inverno e 300 milhões de cidadãos nem se deram conta disso.

O mais surpreendente é que todos os estudos que detalhavam os males do fracking desapareceram do noticiário, sendo, inclusive, considerado “tão inofensivo como a energia nuclear” – pensemos bem em Chernobyl e Fukushima.

Invasão das empresas norte-americanas

O QUE É O FRACKING?

O fracking é uma moderna tecnologia usada para extrair o gás natural que se encontra preso nas rochas subterrâneas há 400 milhões de anos.

Este gás constitui um dos capítulos finais da formação da Terra e, à diferença das jazidas tradicionais, o gás de xisto encontra-se disperso ao longo das folhas ou escamas destas rochas.

A tecnologia de extração é chamada fraturação hidráulica de alta pressão e consiste em perfurar a rocha a 3 mil ou 5 mil metros de profundidade para permitir o fluxo até onde possa ser recolhido.

Perfurar a 5 km de profundidade requer uma grande capacidade de bombeamento com água e areia para fraturar a rocha. Os grãos arenosos permitem manter abertas as fraturas para facilitar a passagem do gás. O volume de água necessário, dependendo do tamanho do poço, flutua entre os 10 e os 30 milhões de litros.

USO DE PRODUTOS CANCERÍGENOS

A pressão requerida pode atingir as 10 mil libras por polegada quadrada. Em todo este processo são usadas substâncias químicas altamente tóxicas e cancerígenas que se misturam com a água das camadas subterrâneas e contaminam o elemento vital.

Por isso, o fracking implica sérios riscos para a saúde e para o meio-ambiente já que, além de altamente nocivo, potencializa a deterioração das alterações climáticas.

Barack Obama vislumbra no fracking uma tábua de salvação para a recuperação econômica. Por este motivo explora a toda velocidade o novo recurso para conseguir a independência energética dos EUA, como nos primeiros 70 anos do século XX.

Mas a exploração do fracking a alto nível, onde são liberadas grandes quantidades de metano, pode acelerar o processo de gases estufa do CO2 de forma bem mais demolidora.

O gás de xisto existe em muitos lugares e acelerar a sua extração pode ter sérios e irreversíveis efeitos nas alterações climáticas. É isto que não é levado em conta pela visão de curto prazo de Angela Merkel.

El Blog Salmón

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